ENQUANTO NADA ACONTECE... NADA ACONTECE!

Lava roupa, faz o almoço, seca roupa, limpa cocô de cachorro, arruma a cama, dá um jeito na casa, faz um bolinho de milho pra não perder a ternura.... e hoje ainda rola uma atividade física básica! Sim, tomei coragem e comecei... pro BB não pensar que tem uma mãe relaxada... pelo menos vou poder contar que antes do tratamento comecei a fazer exercícios...

Mas fala sério... cada coisa que passa pela nossa cabeça... ontem perguntei pro Mau (o marido) se eu poderia continuar usando jeans e all star depois de ser mãe... ele me olhou com uma cara estranha e disse “claro que sim!”... definitivamente várias coisas andam passando pela minha cabeça.... e logicamente se o tratamento vai dar certo, ou não, é uma das que mais pesa. Porque pense bem... é um empenho... é uma grana... é um bombardeio de hormônios... é uma tensão... e sim... pode não dar em nada no final (e eu mudo o título do blog!)... a partir daí divagar é preciso...

Eu penso que “dar em nada” é uma metáfora... aquele aprendizado de algo maior sempre fica... por mais que a gente não entenda no momento, pensa que é só com a gente que acontece, ou que não acontece, sinceramente acho que tudo faz parte de um conceito maior... mas que vai ser uma m_ _ _ _ .... vai. Vou chorar porque sou uma criatura que chora mesmo... Poxa... é lógico que rola uma expectativa... talvez por isso não tenha contado pra quase ninguém da família... na verdade só duas famílias, de toda a família, sabem... e quem lê o blog.... claro.

Mas decidi que faço a FIV, se der.... uma criogenia de embriões para tentar mais uma vez, e pra mim chega... parto pra adoção. Nunca tive problema nenhum em pensar em adotar uma criança. Tenho duas amigas que o fizeram e são super-mães! Acho bacana e de um amor fraterno gigante.

E vamos ver o que rola embaixo da ponte da minha vida...... aguardemos cenas dos próximos capítulos....

E A "DITA CUJA" QUE NÃO CHEGA...

Não costumo ser uma pessoa muito ansiosa... pelo menos não tanto quanto o que vejo por aí nessas questões de FIV, BB, Clomid... mas que, nesta semana, todo dia quando acordo fico naquela pequena expectativa... tipo... veio ou não veio?

Menstruação é assim... aliás, palavrinha feia essa... talvez por isso as meninas por aí coloquem apelidinhos (chico, monstra...)... pra torná-la algo mais simpático... ou engraçadinho... mas como é que pode ser simpático sair sangue de dentro de você todos os meses? Definitivamente eu não acho agradável, nem simpático, nem divertido... mas é normal... faz parte... e que “ela” está sendo muito aguardada está... mas “ela” parece criança... quando a gente quer ver a gracinha... nada!!! Mas enfim... “ela” está sendo tão esperada pois para começar o tratamento, que culmina na FIV, a menstruação precisa vir... logo no primeiro dia você vai lá na clínica, faz um ultrassom, uns exames de sangue e no dia seguinte começa a labuta!

E eu fico me perguntando... “Tá... e como será fazer ultra menstruada?” ... não sei!! Depois eu conto... mas de antemão já acho nojento... mas... se é preciso esse processo escatológico para prosseguir... então... vamos em frente!

Ah, e quanto ao livro que comentei... sobre as crianças francesas... o que os franceses cultivam nas crianças, desde bebezinhos, é a paciência... tipo... não sair correndo assim q o bb chorar, esperar uns minutinhos pra ver se ele se acalma sozinho... é um treinamento... não só para os bbs, mas para os pais também.... o que eu acredito ser o mais difícil. E teorias vejo aos montes por aí... mas vai falar isso na prática pra quem tem gêmeos? Tipo... os dois chorando ao mesmo tempo? Minha amiga... meu amigo... nessa situação, se você quiser seguir a dica do livro, só vejo uma saída: compre tampões de ouvido (aqueles pra britadeira). E ponto!

PRÉ-FIV

Bom, desde 2010 estou empenhada no propósito de ser mãe... tentamos (eu e o Mau) por um ano, depois a gineco receitou uns remedinhos... mas nada surtiu efeito... então restou buscar uma ajuda mais específica... no segundo semestre de 2012 tomei coragem e marquei a primeira consulta numa clínica de medicina reprodutiva. Dei de cara com um médico japinha (pensei... “comecei bem porque gosto de japas, tenho vários amigos...” tudo bem... não tem nada a ver... mas pensei e pronto!) que nos pediu uma montanha de exames... montanha mesmo... tive de recorrer a dois laboratórios diferentes (essas coisas de plano de saúde “cobertor curto”, cobre de um lado e descobre de outro) e ainda um foi particular mesmo...

Tá, depois de mais de um mês consegui reunir todos os resultados e voltar no médico japinha... que olhou bem pra mim e disse que estava tudo bem conosco... daí eu pensei.... “Se estivesse mesmo tudo bem eu não estaria aqui, né?”... porém ele achava q eu não estava conseguindo engravidar por uma questão morfológica da minha trompa (esqueci de contar que só tenho uma trompa e um ovário... mas tudo bem... porque eles funcionam por dois desde que tiveram de ficar sozinhos no mundo)... daí eu que não aguentava mais aquele ar enigmático da criatura de branco e lasquei mais uma pergunta: “Então fazemos o quê”?... a resposta dele foi rápida e precisa: “FIV”.

Fez-se uns trinta segundos de silêncio... minha cabeça meio que girou... sempre pensei que isso podia acontecer... mas do pensar até acontecer mesmo há uma certa distância não é mesmo?

E aqui começa a segunda parte...

Estou na semana do início do tratamento de estimulação... ou seja, agora que a brincadeira vai começar mesmo... é só chegar a dita cuja, vulgo mestruação mesmo, pro negócio começar de fato...

O que passa pela minha cabeça? Muitas coisas... que estou acima do peso que gostaria... na verdade queria estar com uns 10kg a menos... que preciso fazer atividade física (e será que vou poder fazer durante o tratamento? Ainda não sei...).... que preciso ser uma pessoa melhor... que preciso parar com os adoçantes porque li em algum lugar que não é bom pra gravidez... que deveria ter feito depilação a laser... que deveria ter ido ao dentista... que deveria ter aprendido medidação budista (bem que eu ia naquele templo, mas não deu tempo...)... são tantos os quês... que pelo amor de Deus!!! Mas vamos lá... agora estou na cara do gol.. não vou “ratear” (= “pestanejar”, vacilar).... bola pro mato que o jogo é de campeonato!! (ah, também esqueci de contar que trabalhei com futebol por um tempo... então alguns jargões do meio ficaram gravados definitivamente em mim...)...

Puts, esqueci de contar uma... meu marido, certamente preocupado com minha sanidade mental (ou com a dele?), me deu um livro ontem... “Crianças francesas não fazem manha”... ele leu a orelha do livro e disse que eu deveria ler.... claro que estranhei... mas estou gostando da leitura... na verdade entendi a mensagem dele nas entrelinhas como sendo: “Não se descabele, ainda mais, quando o bb estiver aí!”... tudo bem... eu também te amo Mau!

DIÁRIO DE UMA F.I.V.

Estive pensando o que fazer para registrar esse momento tão diferente da minha vida e a única conclusão que tive foi a de recorrer a um velho e bom diário... daqueles que colocamos nossas impressões e sentimentos pra fora a fim de deixar pra sempre guardado momentos de nossas vidas... porque você pode ter certeza que a gente esquece os detalhes... ah esquece sim... eu esqueço... por isso resolvi começar a escrever...